Ôi tchê...!!!
Vamos testar o blog.... para isso vamos a um texto interessante baixado da internet.
É do meu compadre Neiff, vamos lá:
Operação Condor e Operação Coruja
Neiff Satte Alam
Houve época em que o condor, com suas asas negras e bico afiado, sobrevoava a América para rapinar indefesas presas que exalavam idéias novas ou que simplesmente tinham idéias. Em uma operação feroz e a mando de seus adestradores igualmente sanguinários, iam retirando daqui e dali os infelizes que tinham a estranha coragem de emitirem pensamentos e realizarem ações que poderiam ferir a hegemonia política representada por esta poderosa ave. Em vôos rasantes e com a utilização de garras fortes e bicos poderosos, retiravam das entranhas de seus lares ou locais de trabalho todos os que se atreviam a ler, estudar e discutir Filosofia, Sociologia, Ciência Política, História ou qualquer outra área do conhecimento que colocasse em risco o equilíbrio dos vôos deste magnífico condor que do alto da Cordilheira dos Andes conseguia vislumbrar toda a América do Sul e protege-la da ameaça de uma ‘perigosa esquerda’.
Lentamente o condor foi guarnecendo asas, acomodando-se em seu ninho, talvez obeso pelo excesso de comida ou falta de motivação para novos vôos, mas com certeza absoluta de que sairia impune pelos seus ataques predatórios que atingiram seus objetivos ao proteger os interesses de seus adestradores, todos ‘anistiados’ de seus crimes assim como aquelas presas que, reagindo ao predador, determinaram algumas baixas ao ‘exército de condores’.
Atualmente uma outra ave, a coruja, parenta próxima do condor, desencadeia uma operação – Operação Coruja, que em uma primeira leitura pode parecer simplória, pois poderíamos dizer que existem problemas maiores a serem resolvidos, mas que merece uma segunda leitura: ‘proteger estas aves significa um alerta de que a natureza está em risco iminente de uma catástrofe ambiental sem precedentes’. Assim como a Operação Condor tinha a intenção, no caso equivocado, de proteger o equilíbrio político da América do Sul, a Operação Coruja nos dá indicativos concretos de que a natureza ameaçada não nos anistiará e não deixará impunes seus algozes. As ratazanas e cobras que seriam eliminadas pelas corujas para se alimentarem e alimentarem seus filhotes irão proliferar, talvez se associem aos condores despertando-os do seu preguiçoso recolhimento e passem a infestar, em conjunto, céus e terra. Os adestradores de condores poderão se tornar presas fáceis de seus antigos aliados mesmo que anistiados e impunes, pois a irracionalidade dos sobreviventes das catástrofes ecológicas não perdoará seus antigos senhores nem aos que foram vítimas dos desmandos destes no passado.
Não critico, então, a Operação Coruja, pois entendo a dimensão desta ação que vai muito além da defesa de uma simples família de corujas, é um alerta para que possamos imaginar um futuro em um ambiente qualificado, limpo onde corujas e condores tenham seus lugares e liberdades igualmente respeitadas e se limitem aos seus ambientes naturais e não necessitem ser utilizados nem como armas, nem como exemplo para justificar a insanidade dos homens.
... e então, gostaram?
Abrçs do compadre Calderipe
